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Promotores do Leiria Região de Excelência envolvem a comunidade para enriquecer Plano Estratégico

Os fóruns sectoriais do Leiria Região de Excelência (LRE), dedicados ao eixo das Pessoas, Atividades, Território e Governança, que decorreram respetivamente no dia 3, 7 e 10 de dezembro e 25 de janeiro na NERLEI - Associação Empresarial da Região de Leiria, mostraram que, tal como é intenção dos promotores do projeto, a comunidade tem total vontade para se envolver e contribuir com iniciativas para o enriquecimento do Plano Estratégico Leiria Região de Excelência que está a ser desenvolvido.

Foram cerca de 16 horas de debate que envolveram cerca de uma centena de personalidades ligadas a empresas e instituições de ensino (superior, profissional e secundário), de saúde, de cultura, de ambiente, de património, de turismo, centros de investigação, ordens profissionais (advogados, engenheiros, arquitectos), entidades públicas ligadas ao emprego e à governação do território, autarquias, IPSS, entre outras. Essas personalidades deram os seus melhores contributos quer na qualidade de representantes dessas entidades, quer enquanto pessoas com saberes, experiência e conhecimentos acumulados.

Os debates contaram ainda com a participação de especialistas em cada um dos Eixos: Pessoas - Kalidás Barreto; Atividades - Nelson de Souza; Território - Cadima Ribeiro; e Governança - Alfredo Marques (ex-presidente da CCDR Centro) e Micah Gland (CEO da Greater Helsinki, responsável pela promoção nacional e internacional da região de Helsínquia, Finlândia).

Do debate, bastante enriquecedor e que trouxe importantes contributos a incorporar no Plano Estratégico que está a ser elaborado, ficou a ideia de que as Pessoas são sem dúvida determinantes para o sucesso do projeto, com a certeza de que este eixo só poderá ser devidamente potenciado pela adequada articulação com os restantes eixos - Atividades, Território e Governança.

De modo ilustrativo, eis alguns dos contributos resultantes dos diferentes fóruns:


Eixo Pessoas
• Mais articulação entre instituições que se dedicam ao ensino, formação e qualificação, criando projetos educativos por concelho, intermunicipais e até regionais, onde deverão ser definidas metas para a região neste domínio para 2020;
• Falta uma matriz cultural que nos identifique e educação no sentido de civismo e cidadania (em casa, nas escolas, nas empresas, nas instituições, nos partidos políticos). É preciso interessar as pessoas e "forçá-las" a intervir para ganharmos força;

Eixo Atividades
• As atividades em Portugal e na região nascem excessivamente alavancadas em crédito. Os empresários têm de ter disponibilidade para terem parceiros de negócio, o que exige maior transparência;
• Os sectores com procura crescente no futuro serão os ligados ao crescimento verde e inteligente; ao entretenimento, cultura e lazer; e as atividades relacionadas com o envelhecimento;
• As empresas têm dificuldade em incorporar conhecimento porque o mercado é demasiado rápido e os timmings da investigação não respondem a esta rapidez;
• O tecido empresarial é baseado em PME que não têm política de Recursos Humanos (RH), têm dificuldade em identificar as suas necessidades de competências quando querem contratar e muito poucas estão dispostas a receber estagiários;
• Deve apostar-se na formação de empresários para que estes possam potenciar as suas competências de gestão e mais facilmente potenciar os seus RH;
• É necessária maior articulação do capital intelectual com o saber técnico das empresas. Os doutorados deviam estar nas empresas, mas não têm incentivo para tal porque isso não é reconhecido para progressão na carreira.

Eixo Território
• Estabelecer regras claras, expeditas e duradouras sobre Ordenamento do Território (OT), que defendam o solo como fator produtivo, que prevejam a reabilitação urbana e uma reorganização sustentável do meio rural;
• Definir uma política florestal que defenda o que é original (pinheiro);
• Desenvolver um sistema de transportes eficiente e promover a ligação da Linha do Oeste à Linha do Norte;
• Não há atividades económicas incompatíveis com o ambiente. Devem ser preservados os 10% RAN, temos os restantes 90% para empreender. 50% da carne de suíno consumida no País é produzida em Leiria, estima-se que 1/3 das explorações do País vão fechar e a região será uma das mais afetadas, temos de pensar o território considerando a continuidade deste sector;
• Criar pontes interconcelhias e projetos intermunicipais a cinco anos, no mínimo, para recuperar e rentabilizar o património construído.

Eixo Governança
• O que distingue um território de um espaço geográfico é a organização, o que requer instituições que a assegurem;
• As CIM (Comunidades Intermunicipais) são as entidades com maior vocação natural para liderar essa organização envolvendo a tripla hélice (poder local - empresas - sistemas científico e tecnológico) porque têm poder político, têm na base o poder local e vão ter novas competências;
• Liderar é assegurar que o processo funciona e para tal é imprescindível uma instância de concertação (conselho consultivo) que reúna os diferentes atores para avaliar o que está a ser feito;
• Uma região para atingir os seus objetivos deve ter estratégias de desenvolvimento alinhadas com as instâncias hierarquicamente acima e abaixo, quer geograficamente quer em termos de poder.

Recorde-se que a realização destes fóruns sectoriais, sobre os quatro eixos definidos no LRE - Pessoas, Território, Governança e Atividades, foi uma das iniciativas definidas no 1º Fórum LRE, que decorreu em março de 2012. Além destes fóruns sectoriais e do 1º Fórum LRE foram realizadas em 2011 e 2012 nove tertúlias sobre temáticas tão diversas como qualificação urbana, desenvolvimento industrial; justiça, turismo, responsabilidade social, administração local, ambiente, identidade do território e inovação e envestigação.

O LRE é um projeto de desenvolvimento regional que está a ser promovido pela NERLEI, em conjunto com a ADLEI, a CIMPL (Comunidade Intermunicipal do Pinhal Litoral) e o IPL (Instituto Politécnico de Leiria).

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