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O poder associativo seria maior se as associações empresariais não fossem tão politicamente correctas

“O poder das associações seria maior se não fossem tão politicamente correctas. Não têm de ser contrapoder mas também não têm de ser subservientes”. A conclusão foi retirada pelo empresário Henrique Neto no final do debate informal que cerca de três dezenas de associados da NERLEI – Associação Empresarial da Região de Leiria realizaram na última sexta-feira dia 23.

Realizada no mesmo dia em que teve lugar a assembleia-geral de associados da NERLEI esta tertúlia teve como objectivo juntar um grupo de empresários que lançasse ideias concretas sobre como renovar a imagem do associativismo empresarial no nosso País, e também na região de Leiria, de forma a que as empresas se sintam verdadeiramente representadas por estas estruturas.

O debate foi iniciado por Henrique Neto, associado da NERLEI e um dos seus fundadores, e em simultâneo associado e vice-presidente da actual Direcção da AIP (Associação industrial Portuguesa), associação para quem tem vindo a desenvolver um trabalho na tentativa de fortalecer a relação entre a AIP e os seus associados.

Henrique Neto começou por referir que “a imagem do movimento associativo não é boa” em todo o País e adiantou algumas causas: número excessivo de associações; por norma as associações são criadas à imagem de um qualquer protagonismo; pouco organizadas; o Estado faz tudo para não lhes dar importância ou então subsidia-as para as tornar dependentes e dóceis. Desta forma os empresários acabam por não se rever nas associações. No entanto, o empresário conclui que “Portugal é talvez dos países onde o movimento associativo é realmente necessário pois o Estado é ineficaz e a sociedade civil fraca”.

No debate suscitado foram várias as ideias apresentadas para alterar este panorama. Entre as mais concretas salienta-se a opinião de que “o Governo deve delegar competências e poderes às associações”. Por outro lado, houve manifestações de indignação com alguma legislação que vem sendo produzida e que penaliza sobremaneira o gestor privado, apontando-se como papel fundamental que as associações empresariais devem ter “a participação na produção legislativa de todos os assuntos que lhe dizem respeito”. Foi também relembrado que “estas associações existem porque os empresários reconhecem nelas capacidade para resolver problemas comuns” e, neste contexto, sugerido que, para melhorarem a sua imagem, as associações devem voltar a esta ideia e não dispersarem-se com outro tipo de acções. A este propósito foi referido o papel da NERLEI na prossecução da sua missão, nomeadamente no que respeita ao desenvolvimento regional.

A ideia de alguma “falta de democracia” nas lideranças das duas maiores associações empresariais nacionais - AIP (Associação Industrial Portuguesa) e AEP (Associação Empresarial de Portugal) - nas quais os respectivos presidentes exercem funções há muitos anos, foi também apontada como uma das causas para a imagem negativa que se instalou do associativismo empresarial. Vários empresários reforçaram a ideia de que estas duas associações devem dar espaço para a renovação e também se devem aproximar mais das pequenas e médias empresas que são a maioria no tecido empresarial português.

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