Francisco Murteira Nabo, Bastonário da Ordem dos Economistas, aconselhou os agentes económicos do distrito a trabalharem no sentido de tornarem Leiria uma Região de Excelência. O desafio foi lançado no jantar-conferência organizado pela NERLEI – Associação Empresarial da Região de Leiria que se realizou no dia 14 de Julho e que contou com cerca de uma centena de empresários.
O economista e também presidente da Cotec (Associação Empresarial para a Inovação) explicou que a sociedade sofreu uma transformação profunda, passando-se de uma economia de produção para uma economia do conhecimento. Mas alertou para o facto de que a aprendizagem necessária à assimilação desta mudança leva tempo, sendo que países como Estados Unidos, Canadá, países nórdicos e asiáticos apreenderam melhor esta modificação do que a velha Europa.
Desenvolver Regiões de Excelência, onde é criado um ambiente favorável à atracção de investimento estrangeiro através de incentivos e facilitador do desenvolvimento das empresas, é na opinião do economista uma forma de acelerar a transformação para a economia do conhecimento. Leiria, pelo seu dinamismo, está bem posicionada para se candidatar a ser uma destas regiões.
Frisando que a Inovação é a chave do desenvolvimento, Murteira Nabo referiu que inovar não é utilizar novas tecnologias, inovação “é uma atitude de participar na mudança”. “Estamos a investir em inovação mas não criamos valor, porque o investimento em investigação e desenvolvimento é feito pelo Estado e pelas Escolas, mas depois não é feita a ligação ao mercado”. Para que a competitividade possa aumentar é necessário uma maior e melhor ligação entre universidades e empresas.
Também a cultura empresarial mudou e Murteira Nabo alertou os empresários para quatro pontos essenciais numa cultura de sucesso: estratégia centrada no negócio; fazer da inovação um acto profissional e contínuo; capacidade de gerir negócios de vida curta e a internacionalização sustentada e controlada.
O economista diz não acreditar “que os modelos políticos condicionam o desenvolvimento económico”. Este depende da liderança e implementação correcta das medidas. No entanto, salienta a necessidade de o Estado passar sinais positivos aos privados destacando neste âmbito a importância das parcerias público-privadas.
Murteira Nabo concluiu referindo que “o País precisa de liderança, organização e de uma correcta afectação de recursos” para sair da crise em que está mergulhado, salientando que esta filosofia deve começar em cada cidadão, empresa e região.