Notícias

Inovação e investigação exigem espírito de colaboração

A inovação está interligada a uma atuação colectiva por esse motivo é imprescindível colaborar para inovar. Sendo as pessoas o cerne da inovação, para que este factor competitivo se adense é necessário atuar sobre a atitude das pessoas em sociedade e dos trabalhadores nas empresas. Estas foram as principais ideias resultantes da nona tertúlia do ciclo "Diálogos com a Região" subordinada ao tema "Inovação e Investigação - Um Ativo da Região?", que decorreu na NERLEI na última quarta-feira, dia 20 de junho.

As várias intervenções permitiram ainda responder de forma positiva à questão levantada no tema da tertúlia. De facto a inovação e a investigação são já um ativo da região, apesar de todos reconhecerem que muito ainda há por fazer para atingir a excelência.

Fernando Cardoso de Sousa, presidente da Associação Portuguesa de Criatividade e Inovação (APCI) e membro do Centro de Investigação sobre o Espaço e as Organizações, referiu que "Portugal em termos das medidas tradicionais de inovação não tem futuro quando comparado com outros países". Nessas medidas tradicionais estão: número de patentes registadas; percentagem do orçamento do Estado destinado I&D; adopção de novas tecnologias e novos produtos. No entanto, ressalvou que existem medidas alternativas em que devemos apostar como sejam a fusão de serviços/produtos; descoberta de novas formas de criação de valor; e criar nas organizações um ADN de inovação. O presidente da APCI ressalvou contudo que "as pessoas são o cerne da criatividade (que no colectivo resulta em inovação) e que estas continuam muitas vezes a ser relegadas para segundo plano nas organizações". Concluindo que de facto a inovação é uma questão de atitude o especialista referiu a necessidade de maior colaboração e da criação de sistemas transparentes entre gestão e trabalhadores dentro das organizações.

Paulo Bártolo, diretor do Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentado do Produto (CDRSP), do Instituto Politécnico Leiria, centro de investigação criado em 2007 que, neste momento, está localizado na Marinha Grande, falou da interligação do Centro com as empresas da região, adiantando que recentemente foi "criado um interface com a indústria, designando um investigador que funciona como um gestor de necessidades das empresas face ao Centro".

Destacando alguns projetos inovadores que estão a desenvolver o investigador, que se orgulha de ser de Leiria e de poder continuar em Leiria a fazer o que mais gosta - investigação, apresentou alguns indicadores que revelam a excelência do trabalho desenvolvido por este Centro da região. Em termos de liderança de projetos financiados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, entre 2007-2011 liderou sete. No que respeita à internacionalização, medida pelo número de investigadores estrangeiros que procuram o Centro para trabalhar, em 2009 foram seis, em 2011, foram 11. Paulo Bártolo destacou ainda os projetos 1 para 1, ou seja do Centro para uma empresa em concreto, cofinanciados pelos Vales IDT e Inovação, no âmbito do QREN, área onde o Centro tem tido também uma atividade crescente.

Joaquim Martins, administrador da Famolde, SA, que veio falar do exemplo de inovação da empresa que fundou e gere, destacou o facto de a Famolde ter 30 licenciados entre os 90 colaboradores. Para este empresário "inovar é um dever" na perspectiva em que devemos amanhã tentar fazer melhor do que ontem. Joaquim Martins explica que para si "inovação é uma consequência da aquisição de conhecimento. Se o conseguirmos armazenar bem e no local certo criam-se sinergias que resultam em espírito criativo e inovação". O empresário ligado ao sector dos moldes, explicou que a inovação passou a fazer parte do ADN da empresa em 2007, quando foram criados dois departamentos: de Recursos Humanos e de Investigação e Desenvolvimento. Do trabalho destes dois departamentos resultou a criação da equipa Famolde Inovation. Joaquim Martins salienta que, no atual contexto macroeconómico, a Famolde cresceu, em 2011, 11 por cento, considerando que a inovação muito contribuiu para esse indicador.

Este Ciclo de Tertúlias é desenvolvido no âmbito do projeto Leiria Região de Excelência, assumindo-se como um espaço de reflexão sobre a região, no qual as ideias apresentadas pelos convidados e por todos os presentes, com as suas interrogações e as suas convicções, contribuem para o surgimento de sugestões concretas para a qualificação da região. O Leiria Região de Excelência é um projeto de desenvolvimento regional que está a ser promovido pela NERLEI, em conjunto com a ADLEI (Associação de Desenvolvimento de Leiria), a CIMPL (Comunidade Intermunicipal do Pinhal Litoral) e o IPL (Instituto Politécnico de Leiria).

Partilhar