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Empresas da região de Leiria seriam mais competitivas se o serviço de distribuição de energia pela EDP tivesse mais qualidade

O inquérito realizado pela NERLEI - Associação Empresarial da Região de Leiria aos seus associados e 250 Maiores Empresas do Distrito para avaliação da Qualidade dos Serviços da EDP leva-nos a concluir que o fornecimento de energia eléctrica é deficiente e influencia negativamente a competitividade das empresas do distrito.

Das empresas inquiridas, 91,8 por cento afirma que foi afectada por cortes de energia no ano de 2009 e destas, quase 40 por cento (39,3%) diz que os cortes de energia acontecem sempre que há mau tempo, não entendendo que tal aconteça pois consideram que a rede de distribuição deveria estar melhor preparada para resistir às condições atmosféricas adversas.

Apesar de as falhas/cortes de energia registados serem, na sua maioria, de curta duração (66,5% inferiores a 1 hora e 29% entre 1 e 4 horas), os seus efeitos na actividade das empresas são, mesmo assim, muito graves.

De uma forma geral as empresas são deveras penalizadas, sendo o efeito mais leve a diminuição de produtividade por paragem de trabalhadores, máquinas e equipamentos (apontado por 41,3 por cento das empresas), o que num país onde o aumento da produtividade é essencial à sobrevivência das empresas na economia global é deveras sintomático. De referir ainda os custos de avarias em máquinas e equipamentos provocados pelos cortes de energia, mencionados por 26,7 por cento das empresas, e até o incumprimento de prazos de entrega (11,7%) e perda de clientes (3,6%). Das 379 empresas que sofreram cortes de energia em 2009, apenas 16,8 por cento consideram que os efeitos desses cortes na actividade da empresa foram praticamente nulos. De salientar que várias destas empresas adiantam que isso (efeito praticamente nulo na actividade) se deve ao facto de terem adquirido UPS e geradores.

Quando questionados sobre as causas deste cortes/falhas de energia, apesar de 37,9 por cento das empresas referir que são as condições atmosféricas adversas que estão na origem dos cortes verificados, é de salientar que 62,1 por cento indica causas directamente imputáveis à empresa distribuidora: a falta de manutenção das linhas (27,18%) e a ausência de investimentos na actualização e modernização da rede face às necessidades actuais (34,92%).

A atribuição de responsabilidade à EDP pelas falhas/cortes de energia devido a falta de investimento na actualização e modernização da rede de distribuição é comprovada pela afirmação de grande parte dos inquiridos (55%) de que o problema das falhas/cortes registados em 2009 se arrasta há cinco ano ou mais.

Ao problema dos cortes/falhas de energia acresce a dificuldade em estabelecer um relacionamento fácil e eficaz com a EDP. Foi solicitado aos inquiridos que avaliassem 4 parâmetros: comunicação de avarias, resposta às avarias comunicadas, tratamento das reclamações e pedido de serviços técnicos. Em todos eles a maioria avalia os serviços como razoáveis, no entanto, nos parâmetros de "resposta às avarias" e "tratamento de reclamações" a avaliação é razoável mas com tendência para o "mau". Muitas empresas, especialmente as que não têm gestor de conta, queixam-se do contacto muito impessoal que é falar com alguém que atende no call center para registar uma avaria que, além disso, não sabe dar informação concreta do que se está a passar no terreno. Não compreendem ainda o facto de a EDP não assumir os custos dos prejuízos causados nas empresas pelo deficiente fornecimento de energia eléctrica.

Ficha Técnica: Este inquérito foi realizado pela NERLEI entre os dias 5 e 8 de Janeiro, por telefone, a 413 empresas, de um universo total de 668, amostra definida através de um processo aleatório simples pela via pessimista, com um erro máximo de 3 por cento e um nível de confiança de 95 por cento.

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