O mais recente relatório da OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico) revela que a atracção de investimento estrangeiro foi pela primeira vez maior nos países emergentes do que nos países desenvolvidos. Quem mais perdeu foi a Europa, no entanto, Portugal aumentou 17 por cento e destes, 20 por cento são investimentos na indústria transformadora. A informação foi destacada por Basílio Horta na conferência que proferiu, na NERLEI - Associação Empresarial da Região de Leiria, no dia 27 de Janeiro.
O presidente da aicep Portugal Global falou perante uma plateia de algumas dezenas de empresários de Leiria, a quem deixou uma mensagem de esperança destacando muitos dos aspectos positivos que a nossa economia tem conseguido alcançar nos últimos anos, apesar de reconhecer que continua a haver muito trabalho para fazer.
"Falamos muito da dívida externa, mas pouco sobre como a vamos pagar. O único caminho é crescendo, e isso só se consegue no mercado externo com mais exportações, mais investimento directo estrangeiro e mais investimento de Portugal no exterior". Realçando os três pilares em que o reforço da nossa economia de deverá apoiar - inovação, competitividade e internacionalização - Basílio Horta relembrou que os processos de internacionalização, para além das mais-valias directas que têm, induzem um conjunto de externalidades positivas muito importantes para alavancar a competitividade de uma economia. E concretiza: "expõe as empresas a maiores níveis de exigência; possibilita economias de escala; e torna as empresas e economias menos dependentes de um só mercado".
Egipto, Colômbia, Guiné Equatorial e Indonésia em prospecção
Para 2011, os mercados de prospecção da aicep são: Egipto, a Colômbia, a Guiné Equatorial e a Indonésia. Como mercados estruturantes foram definidos o Brasil, Angola e Espanha. EUA, México, Turquia, China, Rússia, Canadá, Moçambique, África do Sul, Arábia Saudita, Emiratos Árabes Unidos, Singapura e Malásia. Como mercados a consolidar são apontados a Alemanha, Reino Unido, França e Itália.
O presidente da aicep reforçou a ideia de que Portugal nos últimos anos melhorou muito a sua competitividade externa fruto de um trabalho de mudança de perfil da economia. De uma fase em que era atractiva devido à mão-de-obra barata e que exportava sobretudo produtos de baixa tecnologia, passou para uma economia com um forte investimento em qualificação e em que o valor acrescentado dos produtos vendidos ao exterior aumentou. Basílio Horta concretiza que "as exportações de produtos de intensidade média e alta passaram, nos últimos anos, de 37 para 63 por cento do total exportado".
A conferência de Basílio Horta decorreu a propósito do lançamento em Leiria do livro "O Novo Capital" de Francisco Jaime Quesado, que a NERLEI organizou em conjunto com a editora Media XXI, e que contou com o apoio do Instituto Politécnico de Leiria.